segunda-feira, 6 de junho de 2011

Dia de Gravação

Nos dias 21 e 22 colocamos a mão na massa. O Coletores de Imagens peregrinou pelas ruas de Campo Grande e encontrou histórias bem interessantes dos moradores da Zona Oeste.

Os alunos estavam concentrados e ansiosos para que a magia do cinema acontecesse, mas Elaine produtora do projeto e do filme logo tratou de os acalmar “ calma meninos, ainda muita coisa vai acontecer e cinema não se faz somente com a câmera na mão ” brinca. Começamos o dia com Flaviane, uma jovem atriz, que nos acolheu em sua casa, Rua Ajurama, 353, casa três. Flaviane abriu seu álbum de fotos, retirado do fundo do guarda-roupa, nos presenteou com suas travessuras de menina e nos apresentou seus familiares.

Depois de nossa 1ª personagem, Diego Bion, (nosso queridíssimo professor) trocou as funções dos alunos, assim, quem operou a câmera nessa 1ª entrevista, fica na produção, por exemplo, na 2ª e aproveitando o momento reforçou alguns toques, silêncio e corpo quase imóvel para não fazer sombra e barulho foram os mais ressaltados.




Após conhecemos Aimeé, de 13 anos, filha de Márcia, que cedeu gentilmente sua filha, suas caixas de fotografias e seu tempo para contar sua relação com a fotografia. “Ah, eu adoro tirar foto, e o que eu mais gosto é porque eu fico bonita” diz Aimeé.





Leandro foi o personagem “surpresa”, por conta da desistência de uma desistência de uma personagem, e por morar bem pertinho de Aimeé,os nossos alunos para não ficar com tempo vago pensaram nele, que é pai de um amigo dos alunos. Leandro já começou a contar sua história no portão de casa, depois entramos nos acomodamos na garagem, quando Elaine perguntou a Marina Rosa,(nossa câmera woman) se queria que providenciasse algum tipo de estrutura, como cadeira e luz, Marisa Rosa só diz “não, já que ele já ta no embalo vamos nessa”.

E assim foi, no embalo de sábado de manhã, nosso 1º dia de gravação. Mas não paramos por aqui amanhã tem mais.

No dia 22 recebemos PIG, o motorista darodada, foi ele quem ficou no zig zag do 2º dia de gravação, e logo de cara nos levou a Rua Augusto Meyer, 5 – Estrada do Cabuçú. Chegando lá conhecemos Malu, fotógrafa, mas antes de tudo amante da fotografia. Malu revela a nós não somente sua relação com a fotografia através das fotos, mas sua casa fotográfica, sim, pois tudo, absolutamente tudo tem um dedinho fotográfico ali, enxergamos em quadro. A casa de Malu é sede de um curso de fotografia e abriga ainda um museu de câmeras.

E depois de devorar imagens, que tal uma pausa pro almoço?!

E pra fechar com chave de ouro, Sr Antônio, que nos emocionou com sua história de persistência e superação na época da faculdade, Sr Antônio também revelou o amor pela fotografia, nos mostrando sua película de 7mm. Além de nos oferecer um saboroso lanche no final da gravação, onde podemos conhecer sua família.



E fim da fita, hora do Check List, seguido das palmas e abraços entre a Equipe. Sensação de dever cumprido e saudade de tudo que vivemos nesse processo. Agora é só esperar pra ver na telona! E como você fica sabendo quando e onde será? Por aqui ! Até.


A seguir o relato de nossos alunos da oficina de vídeo "Coletores de Imagens" .

Domingo, primeiro de maio, começamos o feriado trabalhando. Iniciando a saga às 10:30, fomos atrás de pessoas dispostas a participar. Definimos um roteiro básico de fala: Apresentação de quem estava ali, apresentação da Oficina de Vídeo “Coletores de Imagem” que está sendo realizada no Arthur Azevedo e então a proposta de participar da filmagem.

Dirigimos-nos, então, à Rua Prof Carlos Boisson, S/N – (Rua da FUNLAR).

Na primeira e segunda casa, fomos bem recebidos, entretanto as moradoras –senhoras- das casas, não aceitaram participar do projeto por estar ocupada e por não querer divulgar as fotos da família. Ao pedir indicação na segunda casa visitada: “-Ih, a gente daqui é estranha, inclusive eu sou estranha por não ter aceitado, né?” (D. Silvane). Na terceira casa (n°120), passamos um constrangimento ao acordar uma gestante, a D. Márcia. Imaginamos que abrindo a porta iríamos ouvir uma recusa efusiva, entretanto fomos convidados a entrar na casa e a contar mais sobre a proposta. Ao desenrolar da conversa, a moça chama a filha Aimée (13 anos), para mostrar as fotos dela, pois a mãe não queria que fossem as suas a aparecer no documentário As duas foram muito simpáticas, solícitas e aceitaram participar do projeto. Na quarta e na quinta casa, ao lado da de Márcia, ouvimos que o morador estava ocupado, na primeira, por um senhor, na segunda pelo interfone. Na sexta casa, uma jovem, que deveria ter em torno de 25 anos, não aceitou participar do projeto dizendo “com sinceridade, não quero falar da minha vida pra ninguém não”. Chegamos a um condomínio, no qual haviam seis apartamentos. Pelo interfone conseguimos falar com três deles. O 101, a menina estava sem a chave do portão, o 201 estava muito ocupada e no 302 conhecemos uma senhora muito simpática. Ao falarmos do projeto ela achou muito interessante, mas ao saber da câmera negou instantaneamente: “ Eu não desço aí nem por uma ova!”... “Eu tô feia”. Mesmo dizendo que não havia câmera alguma no local ela insistia e, aos risos, dizia que “Tá tudo escondido aí!” O neto dela, adolescente, também não aceitou participar. Na nona casa havia uma senhora tomando café vagarosamente. Ao apresentarmos a proposta ela disse que tava com roupa de ficar em casa e pra passarmos lá depois. Passamos, mas não nos atenderam.

Era quase uma hora e meia andando e apenas uma aceitação.

Na 12ª casa (n. 41), uma moça aceitou participar do projeto, mas ficou meio relutante, achando que teria que ser sobre a Zona Oeste. Após entender que não era uma história do bairro, mas sim dela, D. Fátima Tinoco aceitou. Entretanto deixou em aberto sua participação, pois trabalha aos sábados, mas da mesma forma, por ter demonstrado interesse (e por estarmos desesperados), pegamos o contato dela. Nas próximas casas fomos atendidos por um senhor que ficou mal-humorado por termos interrompido o programa que ele estava vendo, por um rapaz que disse que só a esposa dele poderia falar sobre essas coisas e a mesma não estava em casa, por uma jovem que negou trabalhar todos os sábados, por uma senhora (Eunice) que disse que só a filha resolve esse assunto e que ela não se encontrava. Quase desistindo daquela rua, fomos atendidos (casa 240) por uma mulher, Beatriz Couto, que aceitou participar. Não conseguimos prolongar demais a conversa, entretanto ficamos sabendo que ela tem muitas fotos e mais ainda no computador.

Ao terminar o número de casas da rua anterior e obtermos poucas pessoas, fomos para uma rua próxima, Rua Itatiara*.

Na primeira casa da rua fomos recebidos por uma senhora muito simpática, que demonstrou interesse no projeto, mas disse que tinha que levar a proposta ao resto da família. Ao retornar, disse que ninguém dali gostaria de participar. Fomos a uma casa/bar da D. Rosa (n.10). Ela disse não tem tantas fotos, mas tem algumas expostas pela casa. A conversa não foi muito longa, pois ela tinha que voltar ao trabalho. Ela aceitou participar da gravação, baseada na nossa promessa que provavelmente não iria passar de 40 minutos pra não atrasar suas atividades no bar.

Quase em frente ao bar, fomos à casa da D. Leila** (n° 5, casa 1), uma senhora muito simpática que tem suas fotos guardadas em caixas, são muito antigas, numerosas e quase nunca as vê, principalmente pela falta de tempo. Ela aceitou participar do projeto.

Muitas casas na Rua Itatiara estavam vazias, partimos então pra rua Ajurana.

Na primeira casa que visitamos, a jovem não aceitou por ter vergonha de aparecer em frente à câmera e por trabalhar aos sábados. Na segunda, ouvimos a recusa pelo fato da família “zelar pela imagem”. Na terceira Caminhando por esta rua, encontramos uma amiga da Linda, que aceita participar da gravação. Flaviane (353, casa 3) tem muitas fotos e faz teatro. Adorou a iniciativa do projeto. A seguir, visitamos a casa (10) de um rapaz, Rafael, que disse estar estudando muito e por isso não tem muito tempo disponível. Em frente à casa de Rafael, vimos um grupo reunido pro almoço de domingo. Taylon nos atendeu, dizendo que se mudou para lá recentemente para ficar com a avó. Não aceitou. Ao continuarmos a rua fomos a duas casas nas quais, na primeira ouvimos a negativa por estar ocupada no momento, e a segunda fomos simplesmente olhados e ignorados.

Decidimos ir a um condomínio (n.257), na esperança de concluirmos nossa meta de 10 casas. No 101, iria verificar, mas não aceitou. No 102, fomos recebidos por Leandro José e seu filho Samuel (com três anos, mais ou menos). Ao saber do projeto se interessou muito e disse que era muita coincidência, pois tinha há pouco tempo pedido pra sua mãe, que mora em Muriqui, para resgatar as fotos dele na faculdade (92-2002). No 104, após sermos atendidos por um menino que devia ter uns 10 anos, os responsáveis disseram que estavam muito ocupados.

Encerramos as atividades no dia por volta das 15h com:

Visitações: 36 Aceitações: 10 Respostas posteriores: 3

Quer saber mais ? Aguardem, em breve relato do dia de gravação e exibição do filme.

quinta-feira, 2 de junho de 2011

Reta Final

Chegamos na reta final, ensaios com músicas, luz e presença do figurinista e cenógrafo Ricardo Rocha. O espetáculo será composto por 6 cenas, cada uma representando uma “foto” vista ou vivida pelos nossos alunos.
Alex Nanin, assistente do professor Damascena,
dá uma atenção especial a uma das cenas propondo exercícios de expressão corporal aos componentes.
Ricardo bate um papo com os alunos para integração da montagem do figurino, “jeans é muito bem vindo, todo e qualquer” diz. Os alunos se integram e doam peças, Ricardo já começa a montar o figurino para cada um deles.
Damascena, dá os ajustes, “onde falta”, “onde sobra”, “vamos fazer daquele jeito”, “olha a voz”, “se entrega” ..
Elaine Cristina cuida para que tudo saia como previsto, notifica os alunos quando acontece um imprevisto, assistência Ricardo, cuida dos equipamentos e figurinos...

E nossos alunos pipocam, ensaiam, dão opiniões, trazem peças para compor o figurino, dançam as trilhas que vão compor o espetáculo, aplaudem e querem mais.

Você confere quando será a grande estréia desse espetáculo por aqui.

Em meio de todo processo temos Nilce Barbosa, mãe de uma de nossas alunas, Érica Barbosa nossa caçula. Nilce acompanha as aulas de teatro desde o início das nossas atividades e nos revela o olhar que construiu. “ o teatro modificou meu olhar, agora quando vejo um ator interpretando e sei como é difícil e imagino por quantas etapas ele deve passar pra chega naquele nível de introspecção. É o primeiro contato da Érica com as artes, ela desenvolveu muito depois daqui, melhorou na escola, sua leitura agora é clara e limpa, e seu jeito de andar é ereto, além de quebrar a barreira da timidez, agora tem facilidade de fazer novos amigos”.
Sobre o professor Alexandre Damascena, Nilce nos conta que acha ele rigoroso e exigente, mas de forma construtiva, “essa garotada é muito dispersa e ele chama a atenção falando a
língua deles”, diz.

Érica participa também das aulas de sapateado com Néris Cavalcanti, ganhou uma bolsa cedida por uma convidada do espetáculo-aula Quintas Intenções, “porta aberta pelo projeto, eu estou muito satisfeitas com os ganhos, RS” conta.

Descobri o Projeto Cena Oeste na eleição, cheguei na zona onde voto e vi um cartaz de divulgação que dizia: Inscrições Abertas e Vagas Limitadas, não perdi tempo liguei no mesmo dia. “ Ainda bem né, faz muito bem a minha filha e ela não quer que acabe, diz que vai continuar diz?!”


Mais Informações e inscrições para turma de teatro mais entregue da Zona Oeste:
cenaoeste@gmail.com