A seguir o relato de nossos alunos da oficina de vídeo "Coletores de Imagens" .
Domingo, primeiro de maio, começamos o feriado trabalhando. Iniciando a saga às 10:30, fomos atrás de pessoas dispostas a participar. Definimos um roteiro básico de fala: Apresentação de quem estava ali, apresentação da Oficina de Vídeo “Coletores de Imagem” que está sendo realizada no Arthur Azevedo e então a proposta de participar da filmagem.
Dirigimos-nos, então, à Rua Prof Carlos Boisson, S/N – (Rua da FUNLAR).
Na primeira e segunda casa, fomos bem recebidos, entretanto as moradoras –senhoras- das casas, não aceitaram participar do projeto por estar ocupada e por não querer divulgar as fotos da família. Ao pedir indicação na segunda casa visitada: “-Ih, a gente daqui é estranha, inclusive eu sou estranha por não ter aceitado, né?” (D. Silvane). Na terceira casa (n°120), passamos um constrangimento ao acordar uma gestante, a D. Márcia. Imaginamos que abrindo a porta iríamos ouvir uma recusa efusiva, entretanto fomos convidados a entrar na casa e a contar mais sobre a proposta. Ao desenrolar da conversa, a moça chama a filha Aimée (13 anos), para mostrar as fotos dela, pois a mãe não queria que fossem as suas a aparecer no documentário As duas foram muito simpáticas, solícitas e aceitaram participar do projeto. Na quarta e na quinta casa, ao lado da de Márcia, ouvimos que o morador estava ocupado, na primeira, por um senhor, na segunda pelo interfone. Na sexta casa, uma jovem, que deveria ter em torno de 25 anos, não aceitou participar do projeto dizendo “com sinceridade, não quero falar da minha vida pra ninguém não”. Chegamos a um condomínio, no qual haviam seis apartamentos. Pelo interfone conseguimos falar com três deles. O 101, a menina estava sem a chave do portão, o 201 estava muito ocupada e no 302 conhecemos uma senhora muito simpática. Ao falarmos do projeto ela achou muito interessante, mas ao saber da câmera negou instantaneamente: “ Eu não desço aí nem por uma ova!”... “Eu tô feia”. Mesmo dizendo que não havia câmera alguma no local ela insistia e, aos risos, dizia que “Tá tudo escondido aí!” O neto dela, adolescente, também não aceitou participar. Na nona casa havia uma senhora tomando café vagarosamente. Ao apresentarmos a proposta ela disse que tava com roupa de ficar em casa e pra passarmos lá depois. Passamos, mas não nos atenderam.
Era quase uma hora e meia andando e apenas uma aceitação.
Na 12ª casa (n. 41), uma moça aceitou participar do projeto, mas ficou meio relutante, achando que teria que ser sobre a Zona Oeste. Após entender que não era uma história do bairro, mas sim dela, D. Fátima Tinoco aceitou. Entretanto deixou em aberto sua participação, pois trabalha aos sábados, mas da mesma forma, por ter demonstrado interesse (e por estarmos desesperados), pegamos o contato dela. Nas próximas casas fomos atendidos por um senhor que ficou mal-humorado por termos interrompido o programa que ele estava vendo, por um rapaz que disse que só a esposa dele poderia falar sobre essas coisas e a mesma não estava em casa, por uma jovem que negou trabalhar todos os sábados, por uma senhora (Eunice) que disse que só a filha resolve esse assunto e que ela não se encontrava. Quase desistindo daquela rua, fomos atendidos (casa 240) por uma mulher, Beatriz Couto, que aceitou participar. Não conseguimos prolongar demais a conversa, entretanto ficamos sabendo que ela tem muitas fotos e mais ainda no computador.
Ao terminar o número de casas da rua anterior e obtermos poucas pessoas, fomos para uma rua próxima, Rua Itatiara*.
Na primeira casa da rua fomos recebidos por uma senhora muito simpática, que demonstrou interesse no projeto, mas disse que tinha que levar a proposta ao resto da família. Ao retornar, disse que ninguém dali gostaria de participar. Fomos a uma casa/bar da D. Rosa (n.10). Ela disse não tem tantas fotos, mas tem algumas expostas pela casa. A conversa não foi muito longa, pois ela tinha que voltar ao trabalho. Ela aceitou participar da gravação, baseada na nossa promessa que provavelmente não iria passar de 40 minutos pra não atrasar suas atividades no bar.
Quase em frente ao bar, fomos à casa da D. Leila** (n° 5, casa 1), uma senhora muito simpática que tem suas fotos guardadas em caixas, são muito antigas, numerosas e quase nunca as vê, principalmente pela falta de tempo. Ela aceitou participar do projeto.
Muitas casas na Rua Itatiara estavam vazias, partimos então pra rua Ajurana.
Na primeira casa que visitamos, a jovem não aceitou por ter vergonha de aparecer em frente à câmera e por trabalhar aos sábados. Na segunda, ouvimos a recusa pelo fato da família “zelar pela imagem”. Na terceira Caminhando por esta rua, encontramos uma amiga da Linda, que aceita participar da gravação. Flaviane (353, casa 3) tem muitas fotos e faz teatro. Adorou a iniciativa do projeto. A seguir, visitamos a casa (10) de um rapaz, Rafael, que disse estar estudando muito e por isso não tem muito tempo disponível. Em frente à casa de Rafael, vimos um grupo reunido pro almoço de domingo. Taylon nos atendeu, dizendo que se mudou para lá recentemente para ficar com a avó. Não aceitou. Ao continuarmos a rua fomos a duas casas nas quais, na primeira ouvimos a negativa por estar ocupada no momento, e a segunda fomos simplesmente olhados e ignorados.
Decidimos ir a um condomínio (n.257), na esperança de concluirmos nossa meta de 10 casas. No 101, iria verificar, mas não aceitou. No 102, fomos recebidos por Leandro José e seu filho Samuel (com três anos, mais ou menos). Ao saber do projeto se interessou muito e disse que era muita coincidência, pois tinha há pouco tempo pedido pra sua mãe, que mora em Muriqui, para resgatar as fotos dele na faculdade (92-2002). No 104, após sermos atendidos por um menino que devia ter uns 10 anos, os responsáveis disseram que estavam muito ocupados.
Encerramos as atividades no dia por volta das 15h com:
Visitações: 36 Aceitações: 10 Respostas posteriores: 3
Quer saber mais ? Aguardem, em breve relato do dia de gravação e exibição do filme.